sexta-feira, 25 de junho de 2010

Entre sorrisos e lágrimas...

Ontem, pela manhã, o ensaio do samba foi ótimo. Eu e seu Valdir fomos tentando, aos troncos e barrancos, me fazer acertar tons que eu nem sabia que existiam...rs
Depois foi momento de tirar fotos para a campanha e aí adorei perceber o quanto existem pessoas dispostas a ajudar: O Caio, um grande fotógrafo, passou parte da tarde dele tentando me fazer fotografar...O Assis, um maquiador maravilhoso, me deixou tão bonitinha! Nem parecia eu! O Lili, um estilista citado pela editora da ELLE, arrumou um lencinho moderno e procurou roupas para o look.
Enfim...tanta gente boa e trabalhando de graça...só pra ajudar!
Depois disso foi hora de muita tristeza e saudade. A missa da Alê foi de desidratar. Como pôde? Ela tão jovem, legal, linda...
Fui dormir pensando. A vida....sei não...a vida...enfim.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Dia de samba...

Ontem o tempo me pegou! Não consegui escrever nada..mas segue a determinação de escrever sempre e contar o que tem acontecido no meu dia-a-dia.
Ontem ensaiei, pela primeira vez, os sambas revolucionários que estou compondo.Fui acompanhada por uma artista muito, muito maravilhoso! Seu Valdir da Silva. Toca bandolim mas....não vive de música! Ele é garçom...mundo injusto! Os São letras populares, que querem levar as informações importantes sobre nossa vida e visão de mundo...coisas que as televisões e escolas não nos ensinarão. Enfim...vamos gravar o CD demonstrativo por esses dias...e se tudo der certo seremos sucesso nas paradas...de ônibus! rs
É música feita de trabalhador para trabalhador...tocaremos nos õnibus, praças, terminais rodoviários...enfim...creio que o Faustão não mostrará no programa dele um samba que diz assim:

03-CONCLUSÃO

AMIGO, EU CHEGUEI À CONCLUSÃO
DOS LADRÕES QUE EU CONHEÇO
O MAIOR, MAIS ESPERTO REFRÃO
É MEU PRÓPRIO PATRÃO
(BIS)

EU PENSO NA VIDA CORRIDA QUE SEMPRE LEVEI
COM MUITO ESFORÇO, NUNCA DESCANSEI
POIS TRABALHADOR NÃO PODE DESCANSAR
VENDENDO AS FÉRIAS PRA DESAFOGAR DE TANTA PRESTAÇÃO
É ROUPA, É COMIDA, É GALEGO, É FOGÃO
DIVIDO EM MIL VEZES PRA PODER PAGAR
ENQUANTO MEU CHEFE ME DIZ QUE O SALÁRIO É BEM PAGO
ELE ANDA DE CARRO, EU DE “BUSÃO” LOTADO
EU RALO PRA ELE VIVER MUITO BEM
NA FIRMA SOU EU QUEM MADRUGA, QUEM FECHA O PORTÃO
QUEM PEGA PESADO NÃO É MEU PATRÃO
E NESSE MUNDÃO SE VALE O QUE SE TEM

REFRÃO

QUANDO CHEGO CANSADO E ASSISTO O JORNAL NACIONAL
UM ECONOMISTA ME DIZ AFINAL
QUE POBRE PRECISA É SE ORGANIZAR
ME FALA QUE SE EU APERTAR MAIS AS CONTAS DO MÊS
VOU JUNTAR DINHEIRO NO BANCO E TALVEZ
MONTAR UM NEGÓCIO, QUEM SABE ENRICAR
QUERIA QUE O JORNALISTA MOSTRASSE PRA MIM
QUANTO É QUE ELE GANHA PRA MENTIR ASSIM
DUVIDO QUE SEJA ASSALARIADO
PORQUE SÓ QUEM GANHA POUCO COMO EU SABE BEM
QUE MESMO APERTADO NÃO SOBRA UM VINTÉM
POR QUE O SALÁRIO DO POVO É MINGUADO

REFRÃO

NÓS POBRES SOMOS MAIORIA NO MUNDO INTEIRO
TRABALHAMOS DURO GERANDO DINHEIRO
E ESSE DINHEIRO NÃO VEM PARA NÓS
QUEM FICA COM A GRANA TODA É O RICO BURGUÊS
QUE DÁ UMA MIGALHA PRA GENTE POR MÊS
E TEM CONSEGUIDO CALAR NOSSA VOZ
ENQUANTO FICARMOS PARADOS SERÁ SEMPRE ASSIM
PRA NÓS O PESADO, A VIDA RUIM
PRO RICO CONFORTO E DINHEIRO A BAMBÃO
PRECISA HAVER CONSCIÊNCIA PRA COISA MUDAR
NO CAPITALISMO NÃO DÁ PRA FICAR
JUSTIÇA PRO POVO É A REVOLUÇÃO

**********************************************************************

terça-feira, 22 de junho de 2010

Preparação para o que me espera.

Tomadas as devidas decisões, iniciadas as preparações necessárias farei aqui o diário de uma candidatura coletiva, socialista, revolucionária e sem grana! rs
Quem disse que a vida não é dura? Mas como já dizia o poeta...vale a pena...mesmo com pão caro e liberdade muito menor do que deveria.
O que há de bom? Ora...ver a greve dos motoristas é uma lufada de ar fresco! As crianças da quadrilha dançando lindas e reacendendo a cultura nordestina repleta de nuances revolucionárias...uma associação feita por quem trabalha duro, ganha pouco mas não deixa de acreditar...companheiros com mais de cinquenta anos de luta e matendo-se firmes e fortes (me orgulho de citar o Gilvan Rocha e o Plínio de Arruda), gente jovem como eu, também consciente de ser preciso pensar para além de si mesmo. Acordar, pegar ônibus lotado, conviver com tanta violência e pobreza e conseguir não naturalizar esta situação... Sofrer as dores das perdas surpreendentes e perceber que é bom demais viver lutando pelo que se acredita...isso tudo se mistura e compõe meu combustível.
Hoje não consegui resolver os problemas de documentação eleitoral. Greve de ônibus! Ou seja, uma causa mais que justa!
Espero que todas as ações dos trabalhadores organizados sejam exemplos para quem ainda teme a luta!
Até amanhã!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Um mensagem de adeus.

Escrever para quem não pode ler. Parece uma grande bobagem. Percebo que escrevo para mim mesma, como nas muitas vezes em que não sou capaz de pronunciar sentenças e percebo ser mais fácil colocá-las no papel.
Hoje quero que estas palavras desocupem espaço em minha alma e pergunto: como pôde acontecer?
Uma amiga se foi em plena juventude. Me parece tão cruel...em plena juventude.
Não que isso signifique menos lágrimas pela morte morte dos mais velhos...não que represente o anseio pela vida eterna, situação insustentável ao planeta...só quero tirar de mim esta angústia cheia de incredulidade: como pôde acontecer?
Não posso falar de justiça, afinal, em todos os campos da sociedade atual, não descobri ainda onde tem se escondido o que é belo e justo. Posso falar de dor. Da dor trazida pelo irremadiável. Diante dela esqueci compromissos sérios. Quando me veio a lembrança daquilo que deixei de fazer senti culpa. Após isso senti culpa por ter sentido culpa. Como pensarão aqueles com que eu faltei?
Pura bobagem.
Daqui por diante, ela faltará todos os dias e as horas se preencherão de um vazio inacreditável, principalmente para sua mãe, creio eu. Antes sua lembrança nos remetia a determinação, beleza, um sorriso largo. Hoje eu me pergunto nos lapsos de memória recorrentes a minha memória durante dia e noite: como pôde acontecer?
O obvio vem à tona: Tanto pôde como aconteceu. Pode acontecer comigo e com aqueles que são os pilares da minha vida. Ela era um forte apoio para a vida de muitas pessoas hoje forçadas ao terrível período de reconstrução. O tempo esmaece mas, para o bem e para o mal,é incapaz de apagar lembranças pintadas em cores fluorescentes.
Minha querida, a ti o desejo de que não tivesse sido assim, para nós resta apenas a saudade que não passará. Nunca.

Obs.: Um homenagem absolutamente necessária a Alexandra Arruda.